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TALASSOFOBIA

by sukya || porno

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1.
É quase como se eu pudesse sentir O campo elétrico elétrico em ti A duas mil milhas daí Mais nada É quase um filme que não entendo nada É como se eu já soubesse de ti Antes da noite em que vi Que cada fim traz um começo junto Todo caminho leva a toda parte Eles estão em mim, eles estão em ti As nuvens formam essa cúpula Que fecha o nosso aquário E nos faz respirar o mesmo ar E eu quase sinto a orla se mexendo Silhuetas no meu mapa do vento É como se tu me fizesse notar Que há muito mais a frente Do que o que ficou pra trás Que existe muito além do espaço-tempo Deve haver um elo nos prendendo Em vez de interligar vamos desconectar Os focos de energia que nos privam de voar Eu vejo o céu que tu vê, estou no mesmo lugar Eu sou o mesmo lugar
2.
Um Retalho 04:06
Me perguntam de você Eu não sei o que dizer Essas velhas músicas não falam Me pergunto se sou eu Ou se são todos vocês Que saem quando não tem mais nada a perder Não vai voltar Aposentei as velhas desventuras Você não acha que já deu? Não quero mais saber se tu se transformou Num retalho planejado Que finge que é muito raro Descobri que a escalação transmuta Todo mundo muda e eu não sei porque Velhos tempos são uma breve cena, e já terminou E as mesmas cenas se repetem Com os colegas que eu nem sei quem são Dublês de desertores, atores ou gestores? Não vai voltar Aposentei as velhas desventuras Você não acha que já deu? Não quero saber se enfim tu se tornou Um retalho planejado Tão moderno Crescer é perder amigos Eu vou, eu vou Eu vou no último vagão Espero que esses prédios desabem no chão Que desabem junto a tua convicção Espero que esses prédio desabem no chão Espero que esses prédios desabem no chão Que desabem junto a essa confissão Espero que esses prédio desabem no chão
3.
APORIA 04:52
Aos que nunca compreendi E sei que não vão se calar Que abracem qualquer confusão Que o desarranjo seja paz Aos que nunca compreenderam E guiam-se por postulados Que entendam que não há arrimo E a voz que escuta está abafada e sem tom Essa voz não vai cessar Nem quando o tempo clarear A essência se desfaz do som E a tinta borra o meu papel Não há nada pra entender Bastonetes só revelam Cenas turvas desfocadas Um estranho na calçada Que se esquiva de um olhar Não entende o valor que esse espelho tem O silêncio mostra o real As almas são incomunicáveis Deixa o teu corpo entender-te com outro corpo Por que os corpos se entendem, mas as almas não Mais um gole de discurso Meus excessos, seus sermões Se eu ouvisse o que o mundo trova Seria um dom Outro estranho na calçada Que se esquiva de um olhar Não entende o valor que o silêncio tem Mas eu corro desse espelho pra evitar os sons da mente

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released January 2, 2019

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